28 de janeiro de 2009

Por escrito

Ouvi dizer:

"Às vezes as pessoas escrevem coisas que não sabem dizer..."

Sou uma delas...

21 de janeiro de 2009

Nada do que foi será, de novo de um jeito que já foi um dia...

06:45- Toca o despertador. Despertador? O que é isso???Ah éééé! Hora de acordar...rsrsr...
Abri a janela, lá fora aquela garoinha deitada, aquele friozinho...Acho que vou voltar pra cama. Não, não posso!
Olho o vai-vem dos carros na avenida, as árvores quase dobrando no jardim por causa do vento...Melancólico...
07:00- Pego uma roupa. Não, essa não fica bem. Outra. Não, essa também não. Essa e talvez uma blusa pra se lá fora estiver muito frio.
07:15- Ainda tá cedo, afinal o escritório novo fica uns 10 minutos de carro...Engulo um copo de leite, vou até a janela de novo, o farol tá quebrado, buzinas desesperadas, deve ter gente atrasada.
07:30- Falando em gente atrasada...Pego a chave do carro, pego a bolsa, pego a filha, pego a agenda. Cadê meu celular???
Corro, chamo o elevador. Putz! Preciso de um guarda- chuva, volto pra pegar.
O elevador chega, olho no espelho, MINHA NOSSA! O que aconteceu com o meu cabelo? Hoje ele não está num bom dia ...
07:45- Deixo a pequena com a avó, ainda bem que a casa dela fica há uma quadra do trabalho.
08:00- Conheço a sala nova, o chefe novo, o PC novo, o novo número de telefone, a mesa nova, o motorista novo, tudo novo, menos aquela sensação de primeiro dia de trabalho. Esquisito.
Muitos "bem-vinda" daqui, outros tantos "muito prazer" dali, um monte de gente que eu já conhecia, cheiro de café fresco vindo da copa.
Tudo mudou e o melhor de tudo é essa sensação de que tudo vai dar certo.

20 de janeiro de 2009

Ferida- The end

Não vou dizer que me sinto melhor hoje, ainda estou mal por julgarem meu profissionalismo e minha ética, mas como tenho minha consciência tranquila, não vou deixar me abalar.
Consegui minha transferência para um lugar bacana.
O que importa é que sei que pessoas que me conhecem de verdade não duvidam do meu caráter e estarão sempre dispostas a me ajudar.
Já agradeci pessoalmente, mas gostaria de deixar um obrigada de coração para a Má, minha flor, sem seus conselhos não sei o que seria, é muito bom saber que posso contar com você.
Marjory por não duvidar da minha honestidade.
Dra. Rosi pela chance.
Rô, pelo empenho e pela força, você é uma fofa e merece tudo que Deus te deu.
Roseli, por ter me ouvido e tentado me ajudar, só o ombro amigo já valeu por tudo.
É isso, grandes amigos são aqueles que nunca nos deixarão para trás.
Agora estou partindo para uma nova fase, desejem-me sorte.

19 de janeiro de 2009

Ferida- parte 2

Bom, como comecei a contar a história vou postando as cenas dos próximos capítulos.
Hoje engoli seco meu orgulho e fui ao trabalho, conversar com minha nova chefia pós- eleições para me apresentar e me colocar a disposição.
Fui bem recebida, mas fiquei sabendo que o novo diretor do departamento não quer nem ouvir falar meu nome.
Tudo porque minha ex- chefe, com a qual não tenho contato há mais de ano, ligou lá me procurando. Não interessa pra ele saber que ela apenas queria meu nº, pois precisava falar com minha cunhada que foi babá dos filhos dela.
Parece que ele acredita que eu agiria como uma espécie de espiã, que passaria informações da nova administração para o partido que perdeu as eleições.
Coitado, deve sofrer de mania de perseguição.
Enfim, meu orgulho agora não está ferido, está necrosado.
Espiã? Eu? Me sinto bem melhor agora...

13 de janeiro de 2009

Ferida

O que é uma droga de orgulho ferido?
Quando se trabalha num órgão público sabe-se que ser funcionário público tem lá suas vantagens, estabilidade é a maior delas.
O que se esquece é que quando rola a dança das cadeiras, ou seja, quando há eleição, tudo muda. No meu caso as mudanças vieram desde às prévias.
Não sou política, mas estive envolvida com isso por mais de 10 anos e apesar de não ser filiada a nenhum partido político , servi uma administração de um determinado partido durante esses mais de 10 anos.
Durante esse tempo, cresci muito profissionalmente, ajudei um departamento a ser o que ele é hoje, lutei por reformas e de repente, meu mundo desabou por causa de um desentendimento dentro do partido por causa de apoio para as prévias.
Tudo aquilo que representei naquele setor não siginificava mais nada, só porque trabalhava para o lado perdedor. Não interessou pra quem venceu a minha carreira, a minha capacidade, a minha eficiência e todo meu esforço. Fui descartada.
Eu não tinha nada a ver com aquilo!
Meu orgulho agora está ferido.
Pior que sei que orgulho não é nenhuma virtude.
Outra vantagem de ser servidora pública é a possibilidade de pegar licença não remunerada por até dois anos. Como não se interessavam mais pelos meus serviços, pedi um ano de licença. Não fiquei desempregada e tinha a possibilidade de voltar quando quisesse.
Pois é, dia 21, termina minha licença.
Tinha que ficar feliz, tenho pra onde voltar! No meio dessa crise, com um monte de gente perdendo seus empregos... Tinha que estar feliz!
Porém a droga do orgulho ferido me impede. Impede de voltar de cabeça erguida, mesmo que tenha sido injustiçada, mesmo que não tenha tido nada a ver com a derrota política sofrida, mesmo que saiba que tenho capacidade pra chegar ainda mais longe do que da primeira vez.
O meu orgulho me impede de querer voltar pro mesmo departamento.
Hoje mesmo passei o dia todo mandando currículum, procurei amigos, tenho contatos em uma série de escritórios de advocacia de São Paulo, mas as respostas não são nada animadoras. Maldita crise.
Pra ajudar vem também um peso na consciência por ter recusado uma vaga na AGU em 2007, não quis, o salário não valia a pena...burra.
Agora fico de hora em hora na frente do computador, checando e-mails, checando aquele site de vagas na internet...
Eu tenho um emprego! Por quê cargas d'água não estou feliz?
Droga de orgulho ferido!

7 de janeiro de 2009

Completa

Você compra uma carro e a primeira pergunta que te fazem é se ele é completo. Completo quer dizer com todos os itens de série, ar- condicionado, direção hidráulica, travas elétricas, rodas de liga- leve, som, antena elétrica, GPS, etc...
Não me perguntem como sei tudo isso. Tenho queda por carros.
A vida também não podia vir completa? Com vários itens de série?
Queria que ela tivesse, ar- condicionado, pra naqueles dias em que as coisas estivessem pegando fogo, tudo dando errado, era só ligar pra que as coisas refrescassem, se acalmassem e ficassem mais fáceis de resolver.
Direção hidráulica então! Importantíssimo, quanto menos esforço pra manobrá-la nas horas boas e ruins, seria uma forcinha e tanto...rsrs...
Travas elétricas, pra quando aquela pessoa que te irrita, aquela que te chateia, aquela que te faz lembrar aquilo que queria esquecer aparece, aí você aciona a trava e puf! Ela fica do lado de fora da sua vida.
Rodas de liga-leve pra conduzir a vida de um jeito estiloso, afinal um pouco de vaidade também faz bem pro dia-a-dia.
Som pra fazer uma trilha sonora bem bacana, aquela música que te faz lembrar um grande amor, aquela que te faz sorrir, aquela que te faz chorar...
Antena, hum deixa eu ver... Ah! pra viver antenada, captando boas energias e identificando as ruins para passar bem longe delas...
Agora o item essencial na minha vida seria um GPS...Nesse instante inclusive, tá fazendo uma falta danada.
Seria tão fácil digitar: Quero ser feliz. Aparece o caminho: vire às esquerda, depois a 100m vire à direita.
Volto ou não volto pro trabalho? : Siga em frente, depois faça a curva, siga pela rotatória e vire à direita...rsrs...
Devo fazer aquele curso?: Siga em frente!!!
Queria saber um jeito de dirigir a minha vida de forma que, qualquer caminho que tomasse, tivesse certeza que chegaria ao destino escolhido.
Mas... como nem tudo tem 100% de chance de dar certo, espero que mesmo que me perca pelo caminho, meu destino esteja lá, me esperando.

1 de janeiro de 2009

Personagens

Essa semana me peguei pensando nos personagens da minha infância e adolescência...
Meu pai mora na mesma cidade do interior onde eu passava férias quando criança na casa dos meus avós paternos. Coincidência ou não, na mesma cidade e na mesma rua.
Anteontem, sentei na calçada, olhei para cima, olhei para baixo...ninguém...os personagens não estavam mais lá...as cenas não são mais as mesmas...
Não tem meu avô sentado no banquinho debaixo da árvore, rodeado de netos contando suas histórias...não tem minha avó, varrendo a calçada com aquelas vassouras de bruxa, tão usadas aqui por estas bandas...
Não tem mais a vizinha, aquela senhorinha viúva que fumava feito uma "caipora" como dizia minha avó, que ficava no portão, observando o movimento...
Não tem mais a mãe daquela minha amiga de infância, lavando louça no tanque, porque na casa dela não tinha pia...
Não tem mais aquela criançada fazendo algazarra na rua, brincando o dia inteiro, curtindo cada minuto das férias como se fosse o último...
A cidade é a mesma, a rua é a mesma...
A casa que meus avós moravam, quase em frente à casa dos meus pais, não lembra nem de perto aquela residência movimentada, com o entra e sai de adultos e crianças, com seu cheiro de café fresco que dava pra sentir lá da rua...
Tudo mudou...a história continua, só que com outros personagens agora.