29 de março de 2010

Sem saber

Acordou cedo, olhou pra ela que dormia um sono profundo ao seu lado. Olhou para o teto e ficou ali um tempo analisando aquilo, pensando na situação como um todo.

Onde foi que aquilo deu errado? Onde foi que ele errou?

Será que foi por ter pego ela de surpresa, quando ela ainda estava machucada e ao prometer um "felizes para sempre" achou que conseguiria entrar em seu coração e fazê-la esquecer simplesmente?

Será que foi no dia em que achou que tudo estava monótono, sem graça, que podia revolucionar, mudar o rumo, sem imaginar que aquilo poderia arrebentar um laço, que já era fino e frágil, para sempre?

Será que foi no dia em que ela mesmo muito magoada, deixou ele voltar, sem abrir de volta o que era mais importante, que era o seu coração?

Será que foi quando resolveram que, pelo bem de alguém muito mais importante para eles do que um ao outro, aquilo se tornaria de verdade, mesmo que só quem olhasse pela "vitrine" achasse a coisa toda verdadeira?

Pensou e pensou...olhou para o lado de novo e ali estava ela. Não era a mesma, mas ainda estava ali. Ele não sabia por quanto tempo, mas que diferença fazia, depois de tanto tempo?...Ela ainda estava ali...

Levantou-se, se arrumou, mais um dia lhe esperava. Passou pela porta do quarto, olhou pra ela dormindo e pensou que mesmo que tudo tivesse dado errado, tinha certeza que amanhã que nesse mesmo horário, apesar de tudo, ela ainda estaria ali.

24 de março de 2010

Rugas de preocupação

_ Amor olha que linda essa blusa...

_ Linda mesmo...a cara da sua mãe...

_...

Será que é preocupante quando você começa achar as roupas "a cara da sua mãe" atraentes???

19 de março de 2010

Filha

A gente meio que vive às turras últimamente. É meio que como se fosse um repeteco, minha mãe pegava no meu pé e agora eu pego no seu...

Acorda!

Pára de enrolar!

Escova os dentes!

Penteia esse cabelo!

Não esquece o fio-dental...

Acontece que ontem eu tava muito mal...me sentia um nada, vazia. Minha cabeça latejava tanto que eu pensava que ia explodir. O corpo doía.

Apesar de eu ter disfarçado e você e seu pai acharem que meus olhos inchados eram por causa de uma noite mal dormida, preciso confessar, eu chorei.

Chorei no carro, no caminho pra casa. Sou meio molenga, sabe, espero que nesse ponto você não puxe para mim. Seja durona que nem seu pai, é melhor assim.

Então, quando eu consegui enxugar as lágrimas e entrar em casa, você me abraçou. Me deitei na sua cama e você me ofereceu uma massagem nos pés. Ficou com dó de mim, percebeu que eu tava cansada.

A sua atenção, o seu carinho e a massagem nos pés, foram o melhor remédio que tomei na vida. E perceber que tenho você na minha vida, me fez esquecer todos aqueles problemas. A dor passou. A angústia também.

Só resta dizer, que não sei o que seria da minha vida sem você.

18 de março de 2010

Ouvi dizer...

O fim nunca é bom, se fosse bom, se chamaria começo...

12 de março de 2010

Eu e as minhas marcas

Sou cheia de marcas e tenho o hábito de classificar minhas marcas como visíveis e invisíveis.

As visíveis me lembram sempre das coisas ruins e às vezes até algumas boas lembranças vem delas, como a cicatriz na perna que lembra meu primeiro tombo de bicicleta, que também lembra também da sensação incrível de liberdade que senti nas minhas primeiras pedaladas.

Tem as cicatrizes de catapora, que lembram minha mãe brigando comigo pra que eu não coçasse tanto e me avisando que elas deixariam marcas pelo meu corpo para sempre.

Tem a cicatriz da cesariana, que mostra o marco mais importante da minha vida que foi ser mãe e sei quantas mulheres por esse mundo que dariam tudo pra ter uma marca como essa e infelizmente, não a tem. Não que eu faça apologia ao parto assistido, claro que não, inclusive era louca pra ter um parto natural, mas não foi possível. Só digo isso por me sentir privilegiada por Deus pelo dom de gerar.

Tem também uma marca no tornozelo que me lembra um acidente terrível com uma cadeira de plástico, que me lembra a dor imensa que senti e os dias que fiquei de "molho" por conta disso, mas que me alerta todo tempo pra passar longe desse tipo de armadilha.

E por aí vai...

E aí vêm as invisíveis... aquelas que, às vezes, só nós conhecemos.

Como o meu primeiro beijo, o primeiro sorriso da minha filha, o medo que senti no meu primeiro dia na escola vendo meu pai ir embora e me deixando ali sozinha, a primeira decepção amorosa.

Os sustos que levei nessa vida, as mágoas. O sentimento de poder e o de impotência. A alegria de um amor correspondido, bem como a dor da separação e da distância.

As marcas do amor imenso que sinto pela minha família, dos momentos maravilhosos que passamos juntos e os nem tão bons assim, além do sentimento de que por eles sou capaz de matar e morrer, sem medo.

Acredito que somos feitos de marcas, como se fossemos livros em branco esperando pra serem escritos pela vida. As visíveis todo mundo vai ver ou, quem sabe, podemos disfarçá-las de algum modo para que ninguém as perceba. Já as invisíveis, talvez as compartilhemos com alguém ou as manteremos só pra nós, mas todas elas serão a impressão do que fomos ou seremos nesse mundo.

5 de março de 2010

Pra fora

Essa semana tive vontade de chorar. Sabe quando dá aquele aperto na garganta e os olhos ardem que chega doer? Pois não saiu uma lágrima sequer dos meus olhos. Nunca aconteceu nada parecido comigo, porque sou uma manteiga derretida, choro assistindo tv, choro olhando no espelho, choro sem vontade de chorar, mas nesse dia, nada.

Tive vontade de chorar pela vida corrida que levo, pela minha filha morrendo de sono dormindo no banco de trás do carro no caminho pra casa. Tive vontade de chorar pelas crianças quase da idade dela que estavam procurando comida no lixinho da praça.

Tive vontade de chorar pelos amores mal resolvidos, pelas pessoas perdendo tudo nas tragédias que estão acontecendo mundo afora. Tive vontade de chorar por não saber do futuro.

Tive vontade de chorar pela minha mãe que sofre de saudade. Vontade de chorar pela dor de estomago que estava sentindo por ter almoçado tão rápido e por não ter mais tempo de fazer uma refeição decente.

Tive vontade de chorar pela indiferença, pela falta de compreensão e pela falta de amor que existem nesse mundo.

Consegui chorar agora escrevendo esse post. Lembrando que ao menos, com essas lágrimas, consegui colocar pra fora os motivos da minha amargura.

Me sinto bem melhor agora...

3 de março de 2010

Sem tempo

Passsei todos esses dias pensando num post legal pra escrever, mas infelizmente estou sem tempo...estou entre:
-comprar presente para amiguinha da minha filha que faz aniversário amanhã
-comprovantes imobiliários com dados errados
-boleto de plano de saúde que não chega
-toneladas de processos
-consultas no cardiologista
-exames que o convênio não cobre
Enfim, espero sobreviver até o fim de semana, torçam por mim.