23 de fevereiro de 2010

Quem me dera

Quem me dera, deitar-me ao sol, onde só se ouve o barulho das ondas, como se apenas uma brisa que soprasse pudesse levar pra longe os meus pensamentos.

Que as horas não tivessem tempo e nem o tempo tivesse poder de contar os meus dias. Quem me dera ter vida longa, com pequenas metas, grandes erros e vários acertos. Que meu caminho pudesse perder o rumo, pra não chegar nunca e eu nunca sentir vontade de parar.

Que me dera que a luz do dia fosse minha, pra me iluminar pelo tempo que eu quisesse e a lua fosse a luz dos meus sonhos nos mais doces momentos.

Quem me dera fosse dona do meu próprio coração, pra domá-lo dentro do peito e impedí-lo de pular loucamente nas horas mais inapropriadas.

Quem me dera fosse dona da minha vida, pra dizer que aqui quem manda sou eu e não venha me dar ordens, não, pois de agora em diante meu único objetivo é viver.

18 de fevereiro de 2010

História de amor

Foi mais ou menos assim que me contaram...ela tinha uns 25 pra 26 anos quando ele entrou na vida dela. Até hoje se pergunta por que naquele momento, mas parece que ainda não encontrou a resposta. Estava magoada, desacreditada do amor, tinha sofrido uma grande decepção, achava que nunca mais amaria ninguém e ele chegou de mansinho, foi mostrando todo seu encanto e de repente já era o seu melhor amigo.

Passavam os dias juntos, contando histórias, fazendo confissões, trocando idéias sobre livros, músicas e de repente ele a olhava de um jeito diferente. As amigas avisaram “ele está apaixonado por você” e ela achando que elas estavam loucas, eram apenas bons amigos.

Um dia, quando ela pensou que seu mundo caiu, que nada tinha mais sentido ele lhe abraçou tentando lhe confortar, dizem que foi um abraço apertado como se daquela forma ele conseguisse lhe arrancar todo o sofrimento, mas aquele definitivamente não foi um abraço de amigo e foi ali que tudo começou.

Ele percebeu que ela balançou e um dia roubou um beijo. Ela avisou que aquilo não ia dar certo, mas ele insistiu. Ele dizia: um dia quero me casar, ter família, ser pai e ela ria dele e dizia que nunca mais se casaria de novo.

Eles se divertiam com aquilo, achando que tinham encontrado a felicidade. Diziam um ao outro o quanto aquilo era importante e o quanto torciam pra que no final tudo desse certo.

Acontece que eles tinham medo, medo de se entregar, medo de amarem de verdade e quebrarem a cara e isso foi o grande problema. Ela dizia “Eu te amo”, ele sempre respondia com um “eu te adoro”. Ele nunca disse que a amava, apesar dela saber ele a amava imensamente.

Covardia? Não sei, não souberam em dizer do que eles tinham tanto medo.

Sei que, nessas idas e vindas ele a magoou uma porção de vezes, ela mandou ele embora outras tantas, mas logo, desesperada implorava pra ele voltar, pois percebia que não era nada sem ele. Ele voltava, porque também sabia que não podia ficar sem ela.

Mesmo assim, um dia ele se casou, não com ela. Ela sofreu, mas tocou a vida. Parece que era uma história dessas meio “Romeu e Julieta”, que nunca daria certo mesmo.

Certo é, que tudo que viveram foi importante pra eles e hoje, as lembranças que restaram são marcas que vão ficar pra sempre e valem como história de amor para uma vida toda.

12 de fevereiro de 2010

Quando o Sol bater...na janela do meu quarto...

Já deixei claro aqui algumas vezes que sou apaixonada pelo sol. Tudo bem que ultimamente o calor tá exagerado na dose, mas prefiro dias de céu azul e sol brilhante a dias nublados e chuvosos.

Semana que vem termina o horário de verão e consequentemente diminui minha carga diária de luz. Alguns odeiam horário de verão, mas essa uma hora a mais de sol por dia faz uma diferença enorme na minha vida.

É como se ao sair do trabalho, ainda tivesse horas de "dia" pela frente, para poder fazer um monte de coisas, como se ainda tivesse tempo de "viver a vida".

Lembro da minha primeira viagem à Europa. Sabia do fuso-horário e que lá também tinha horário de verão, mas quando desembarquei em Madri às 22:30 e ainda tinha sol, foi surreal! Amei! Corri pro hotel e, mesmo depois de perder conexão em Lisboa, ficar 7 horas no aeroporto esperando pra ser encaixada num vôo pra Espanha e de estar quase há 24 horas sem dormir, joguei as malas pra dentro do quarto e corri para a Gran Via, conhecer um pouco da cidade ao pôr-do-sol.

Pôr-do-sol às 23h?! Achei que estava no paraíso.

Aproveitei muuuuuito. De dia estudava e a tarde ia para o centro da cidade. Com o dia longo, consegui percorrer todos os pontos turísticos e curtir os cantos madrileños até o sol se por. E assim em Paris e depois Lisboa...

Não vejo a hora de chegar outubro pro horário de verão voltar, por isso acho que vou viver 06 meses em cada continente...assim onde estiver o sol, também estarei lá!!!

5 de fevereiro de 2010

Morro de medo...

De ficar sozinha, não de ficar sozinha em casa ou algum lugar e sim de um dia ficar sem ninguém, de ser uma pessoa sozinha,
de gente de cara feia,
de cachorro que eu não conheço,
do Ronald Mc'donalds,
de não poder andar, ouvir, ver ou falar,
de parar em farol fechado,
de gente andando atrás de mim na rua, da sensação de estar sendo seguida,
de gente doida,
de ficar careca,
de montanha-russa,
de ficar velha,
de sofrer,
de ter que tomar decisões,
de passar fome,
de não ser uma boa mãe,
de amor não correspondido,
de chefe mau-humorado,
E...de passar por essa vida sem ter feito tudo o que queria, por isso decidi que só vou me arrepender daquilo que não fiz, pra ter certeza que vivi sem medo de ser feliz.

1 de fevereiro de 2010

Impressão

No decorrer da nossa vida, adotamos lemas. Baseados nos custumes, nos populachos, na nossa criação. Formamos idéias a respeito das coisas conforme fomos ensinados ou treinados a pensar. Hoje eu adotei um novo lema: "A primeira impressão não é a que fica. Dê chance às segundas e terceiras impressões"

Explico. Há uns dez anos, conheci uma moça. À primeira vista impressionava pelo jeito meio chamativo de se vestir e aparência meio vulgar. Depois, os comentários que a cercavam deixaram um alerta na minha cabeça de que "talvez" a moça não fosse confiável.

Nunca havia trocado mais do que um "bom dia" com a ela, não a conheci pessoalmente, nunca convivi com ela e depois nunca mais a havia encontrado. Me dispus a manter a tal da "primeira impressão", do "ouvi falar" e esse tempo todo se passou até que numa dessas minhas surpresas de 2010, calhou de eu ser tranferida para o Departamento onde ela já trabalhava a algum tempo.

Quando cheguei, disseram que ela estava de férias e me lembrei das minhas impressões e me perguntava como seria o dia em que ela retornasse ao trabalho. Será que tinha mudado, será que me aceitaria, me reberia bem?

Todos os meus "conceitos" ou "pré-conceitos" foram por terra, quando de braços abertos ela veio me dar boas vindas e se colocar a disposição para o que eu precisasse. Encolhi por dentro. Engoli a tal da "primeira impressão" como se fosse um grande gole de aguardente.

A moça, continua estravagante, falante e chamativa, porém estou aprendendo de uma forma surpreendente que o que importa não é a fachada e sim o que tem a pessoa tem por dentro e depois de meia duzia de conversas, percebi que formar um perfil de outra pessoa baseado no seu jeito ou sua aparência, faz com que deixamos de criar laços com pessoas interessantes.

Os achismos? Estou aprendendo a controlá-los. As pedras? Guardei para mim mesma, quando resolver ter de novo, uma "primeira impressão".